quinta-feira, 12 de junho de 2008

CAMISINHA, USAR, PORQUE NÃO USAR?

O motivo que me leva a escrever sobre este tema é a minha grande preocupação no que refere a doenças sexualmente transmissíveis (DST), um dos principais motivos que vem levando as mais jovens a procurar o ginecologista.
O assunto é muito sério, pois em alguns casos leva à esterilidade, em outros casos, a doenças graves (sífilis, hpv - causa de câncer de colo uterino -, hepatite b e c, a infecção por Chlamydia - hoje em dia, muito freqüente - e porque não citar a pior, a AIDS, pois o veículo de transmissão sempre é o mesmo: contacto pênis - vagina, pênis - boca e garganta, contacto com secreções - vaginais e esperma.
Por que tamanha resistência no uso da camisinha (condom)?
Sempre a mesma justificativa: ele não quer!
Vamos raciciocinar em cima do "ele não quer". Se ele não quer usar com você, ele também não quis usar com outras mulheres com que se relacionou. Portanto, sentimentalismo à parte, cuidado com a saúde e a vida em primeiro plano, trata-se de alguém de alto risco para transmissão de doenças, não importa que a aparência seja de um jovem bonito, sarado. Muitas vezes a embalagem não tem nada a ver com o conteúdo. Sei disso profissionalmente.
E então, como fica para o futuro?
Aguarda-se que o relacionamento seja consolidado por AMOR e não PAIXÃO, por um período de um a dois anos, quando ambos, sabendo que se amam e são fiéis um ao outro, fazem consultas médicas, se submetem a exames de laboratório. Estando ambos livres de doenças, passariam a ter relações sexuais desprotegidas, desde que se mantenham fiéis um ao outro.
Em resumo, recomendo a dupla proteção: condom e um método anticoncepcional indicado pelo ginecologista.
Sempre ter em mente: quem se recusa a usar a camisinha com você, deve ter transado com tantas outras mulheres também sem camisinha. E este rapaz, além de não gostar de você, não gosta de si mesmo, estando a se sujeitar a se contaminar em qualquer relacionamento. É, pois, de alto risco.

USAR, PORQUE NÃO USAR A CAMISINHA?

quinta-feira, 5 de junho de 2008

EXAMES DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS GINECOLÓGICAS

O principal exame que toda a mulher com vida sexual ativa deverá fazer anualmente é o que se chama de "colpocitologia oncótica" ou, no linguajar mais acessível, o famoso Papanicolaou. Esse exame foi criado por Georges Papanicolaou, um médico grego. Porisso, em sua homenagem, o nome do exame.
Há, mais ou menos, uns 20 anos, pesquisadores localizaram um virus em mais de 80% dos cânceres de colo uterino, o, atualmente famoso, HPV, abreviação do inglês, "papiloma virus humano". Hoje já se sabe que, praticamente, a totalidade dos cânceres de colo uterino é causada por esse virus. Antigamente achava-se que esse virus era responsável apenas pelas verrugas venéreas (a famosa "crista de galo") que acometia pênis, escroto (saco), vulva (genitália externa da mulher), vagina e colo uterino.
Vamos dar um intervalo nessa explanação para esclarecer as partes do útero: considere o útero uma pera argentina, com o bico para baixo e o corpo para cima. O formato é o mesmo. O bico se localiza na vagina, onde se torna vítima das agressões do referido vírus. Tem, mais ou menos de 2 a 3 cm de comprimento, ou seja, 1/3 do total do útero. O restante, separado da vagina por uma pequena membrana de, mais ou menos, meio centímetro de espessura (mucosa vaginal), se encontra no abdome da mulher.
Então, o vírus acomete somente o colo uterino, onde a glande (cabeça do pênis) toca durante uma relação sexual, e onde é despejado o material seminal (ejaculado). Hoje se sabe que 75% dos jovens são portadores do referido HPV.
Com a mudança dos costumes aconteceram com uma rapidez astronômica (o que se transformava em um século, transforma-se em meses. Hoje tudo é permitido e a liberdade sexual levou a medicina correr atrás e ultrapassar para proteger homens e mulheres de doenças que, sem os cuidados de prevenção, levam a sérios epílogos, como o câncer do colo do útero e, não entrarei em pormenores porque não é o nosso assunto de hoje, a AIDS, provocada por um parente próximo do HPV, o HIV.
Após o contacto contaminante, o vírus de acesta na superfície externa do colo uterino,
principalmente no limite entre o exterior e o interior do órgão, ou em pequenas lesões (as chamadas "feridas do útero". Ali pode aparecer uma pequena mancha que é observada pelo ginecologista. É nesse instante, se a mulher for previdente, comparece ao consultório anualmente, que a lesão é examinada. O material para o Papanicolaou é colhido e o resultado virá para a conduta do médico. Quando a mulher é assídua, as pequenas lesões do colo uterino são tratadas em consultório, sem necessidade de internamento. Lesões essas que poderiam virar um câncer dentro de 5 a 10 anos em média. Nessa ocasião a cura é completa.
Concluindo esse tema, reforço a necessidade de se valorizar a medicina PREVENTIVA.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

ANTICONCEPCIONAL ENGORDA?

Resolvi escrever sobre esse tema por ser tão comum tal questionamento pelas mulheres.
Vamos raciocinar: O que é "engorda"? R. É o acúmulo de gordura no organismo. O que é gordura? R. É energia depositada, energia que sobrou das necessidades do organismo. É tal como a caderneta de poupança= Você deposita o quê? R. deposita o que sobra do salário ou dos rendimentos auferidos naquele mes.
Então, o que comemos, o corpo aproveita o tanto que necessita e o restante, se sobrar, nunca é desperdiçado, mas depositado no organismo como energia que um dia, em que houver carência alimentar, a pessoa possa lançar mão e sobreviver sem inanição.
O anticoncepcional hormonal o nome já o diz: "hormonal" e não "anticoncepcional energético". Assim sendo ele não contém nenhum grama de caloria e, porisso, não engorda.
Acontece que, quem luta para emagrecer ou manter o peso SEM ATIVIDADE FÍSICA, é claro que vai descarregar a desconfiança do excesso de peso que adquirir ao anticoncepcional. É sempre assim, a experiência me fala.
Porisso, todos nós, homens e mulheres, devemos ter atividade física suficiente não só para emagrecer, manter peso, mas, sobretudo para manter e/ou conquistar SAÚDE e QUALIDADE DE VIDA.
Desta forma, mulheres magras, normais ou com sobrepeso podem fazer uso de anticoncepcionais sem medo de engordar e nem pensem em transformar a medicação em "bode expiatório".

terça-feira, 20 de maio de 2008

ANTICONCEPÇÃO

Para um mundo com a sua superfície limitada, tornou-se necessário o controle da natalidade. Famílias podem se planejar, a mulher pode vivenciar a sua sexualidade sem se preocupar com gravidez, os governos podem planejar suas economias para emprego, segurança, educação, habitação.
Os métodos vão desde os arcaicos (embora ainda tem quem os utilize), com altos índices de falha (20%), que são os métodos naturais, baseados em temperatura basal (retirada pela manhã antes de se levantar), pelo muco vaginal (secreção em clara de ovo que o útero elimina através da vagina) observado nos dias férteis; o coito interompido, em que o homem retira o pênis poucos momentos antes do orgasmo, ejaculando fora da vagina.
Até os mais modernos hoje existentes:
Espero deixar de lado a laqueadura tubária (desligamento das trompas) e a vasectomia, por serem agressivas, invasivas e tidas como último recurso. É um processo que esteriliza definitivamento tanto a mulher como o homem. A sua reversão é de baixa efetividade para quem quer ardorosamente um filho.
Hoje nós temos=
1) As já famosas pílulas anticoncepcionais com baixas dosagens que nada tem a ver com os anticoncepcionais de 30 anos atrás, embora as suas bulas tragam as mesmas observações.
Já temos pílulas que tratam os efeitos dos ovários policísticos; pílulas para adolescentes e para mulheres que estejam entrando em menopausa (de baixíssima dosagem) que nem atrapalham o crescimento da adolescente e nem causam efeitos indesejáveis na mulher climatérica - sempre com indicação médica -.
2) Os adesivos de troca semanal= Esses adesivos contém os mesmos hormônios que as pílulas de tomada diária, exercendo a sua função pela absorção do medicamento através da pele. Os adesivos são trocados semanalmente (3 semanas), com uma semana de descanso para menstruação.
3) O anel vaginal= É inserido na vagina pela própria mulher no primeiro dia de menstruação e é retirado 21 dias após, com uma semana livre para que ocorra a menstruação. A medicação é absorvida pela vagina da mesma forma que os supositórios. Tem bem menos efeitos colaterais que as pílulas de tomada diária. Não tem o risco de esquecimento, de perder o efeito por vômitos ou diarréia. Quando o produto foi lançado (há uns cinco anos) pelo menos aqui em Curitiba, houve certa resistência das mulheres em se tocar. Entretanto agora está sendo bem aceito.
4) O DIU (dispositivo intra uterino)= É inserido por um médico, em seu consultório, conforme a marca, a sua validade varia de 5 a 10 anos. A sua eficácia é semelhante à pílula anticoncepcional. Os atuais não são microabortivos.
5) O SIU (sistema intra uterino)= é inserido dentro do útero, por um médico, tem a eficácia do diu acrescido da eficácia dos hormônios que libera diariamente durante 5 anos. Tem o mesmo índice de falha que laqueadura das trompas, ou seja, quase nula.
6) por último me reporto ao condon (camisinha) que sempre deve ser utilizada simultâneamente que um dos métodos anticoncepcionais acima referidos, ou seja, DUPLA PROTEÇÃO.
Dr.José Marcos - CRM.3291-PR

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Corrimento vaginal

O corrimento vaginal é a queixa mais comum da mulher em consultório ginecológico.
Toda mulher gostaria de sempre ter a sua calcinha seca e sem cheiro nenhum, a não ser algo perfumado proveniente do produto que, porventura, tenha usado.
No entanto, a mulher não deve esquecer que a vagina é revestida por um delicado tecido (mucosa) que necessita de umidade constante. Como tecido mucoso também está nas trompas e no útero. Todos precisam de umidade.
Daí a Natureza providenciou as secreções.
1- do colo uterino vem uma secreção viscosa, semelhante à clara de ovo. Tem a função de proteção à mulher (na comunicação do meio vaginal - contaminado - e a cavidade abdominal.
Tem a função de, em época de ovulação, atapetar toda a cavidade vaginal a fim de isolar o es-perma do meio ácido, normal na vagina e letal ao espermatozóide. Nessa ocasião a secreção é abundante, semelhante à clara de ovo.
2 - da vagina, é a secreção promovida pela própria mucosa, por ação hormonal. Porisso que a mulher menopausada tem a sua vagina seca, sem vida e sem condições de penetração sexual, pois lhe faltam os hormônios que deixaram de ser produzidos pelos ovários. Nessa ocasião a secreção normal é esbranquiçada, às vezes um pouco amarelada, porém sem odoro fétido. Esse material esbranquiçado nada mais é que células descamadas constantemente da vagina.
3 - Da cavidade uterina - secreção amarelada forte, às vezes semelhante a café com leite, que antecede 2 a 3 dias o início do período menstrual. Odor um pouco desagradável embora não fétido.
4 - Ainda do útero - o sangramento menstrual - vermelho escuro, com muco e pequenos fragmentos de membranas destacados da cavidade uterina (correspondente ao endométrio - ou seja - do "ninho do bebê" que se desfaz mensalmente quando não ocorre gravidez).
5 - Da vagina, em condições especiais - secreção viscosa, às vezes abundante, durante a excitação sexual, a fim de facilitar o intercurso sexual. Em volta da vagina existem vasos sangüneos que se enchem de sangue quando ocorre a excitação, a exemplo do que acontece com o pênis - que enche de sangue para que ocorra a ereção. Dessa pletora de sangue extravasa através da mucosa vaginal o líquido que vem lubrificar a vagina.
Resumindo, calcinha seca só em meninas e senhoras com mais de 3 anos de menopausa sem reposição hormonal.
Cabe orientar que os odores vaginais jamais serão fétidos se não tiver alguma patologia causadora, quando um profissional deverá consultado. Dr.José Marcos - ginecologista-CRM.3291-PR.